Seu cérebro não é um computador: além de ficar melhor quanto mais é usado (ao contrário do computador, que vai quebrando aos poucos), ele não tem como adquirir programas prontos para serem usados. Ao contrário, precisa construí-los aos poucos, a partir dos pedaços mais básicos.
Essa construção de
programas é o processo de aprendizado: a modificação efetiva do cérebro
conforme o uso que resulta em um desempenho cada vez mais adequado do
comportamento desejado, ou seja, um desempenho melhor.
A base do
aprendizado é considerada a modificação das sinapses, ou seja, das
conexões entre neurônios no cérebro.
Conforme algumas
ficam mais fortes e outras mais fracas, a modificação sináptica efetivamente
remodela os circuitos entre neurônios e, com isso, o comportamento.
Por exemplo, os
neurônios que representam a ideia "Paris" passam a ter sua atividade
associada à atividade de outros neurônios, que representam a imagem da torre
Eiffel e a ideia "França", e dissociada da atividade dos que
representam, digamos, "Alemanha".
Essa modificação
sináptica com o uso acontece a vida toda, ainda que ocorra mais
facilmente (ou seja, com menor necessidade de insistência e repetição) quando
somos jovens. E mais: é um processo rápido, que já pode ser observado
assim que um novo comportamento é aprendido.
Como é incremental,
associando informações, o aprendizado de programas complexos – dirigir,
escrever, tocar piano, jogar basquete, aprender um novo idioma (este último item eu incluí) – precisa acontecer aos poucos, em degraus
de complexidade crescente. E mais: como é um processo direcionado pelo uso
bem-sucedido, o aprendizado depende de prática e motivação.
Quanto mais se
pratica, mais chance o cérebro tem de reforçar as modificações sinápticas que
constituem o que está sendo aprendido.
Quanto mais
motivação se tem, mais se pratica, mais importância se dá ao aprendizado, e
portanto mais facilmente acontecem as modificações sinápticas do aprendizado.
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